O Serviço de Hemodinâmica do Hospital Monte Sinai introduziu, recentemente, técnicainédita na região para tratar uma doença grave e complexa. Alexandre de Tarso em conjunto com Marcio Gomide, ambos habilitados e capacitados em tratar doenças aórticas, realizaram implante de endoprótese para tratamento de aneurisma de aorta de forma totalmente percutânea (por punção e sem cortes), utilizando a técnica PEVAR (percutaneous endovascular aneurysm repair) por meio de dispositivo hemostático percutâneo (Perclose®).
Levando-se em conta o tempo entre a indução anestésica até o curativo, um procedimento padrão com anestesia geral, dissecção dos vasos, exclusão do aneurisma por endoprótesee sutura dos vasos e pele, demora em média cerca de duas a três horas. Além disso, o período médio de internação é de três a quatro dias. Enquanto que o procedimento realizado nesse paciente pela técnica totalmente percutânea durou apenas uma hora, com anestesia local e sem necessidade de corte e pontos. Ele poderia ter tido alta médica no mesmo dia, mas, por segurança e seguindo protocolos das operadoras de saúde, cumpriu um período de cerca de 24 horas em observação em unidade de internação.
A inovação do procedimento foi o acesso totalmente percutâneo para o tratamento do aneurisma de aorta abdominal que usa dispositivos calibrosos com necessidade de abertura de quase 50% da parede da artéria para manipulação, condução e montagem das endopróteses (veja imagem), utilizando o dispositivo de hemostasia percutâneo (Perclose®), um material que permite fechar esta artéria por técnica percutânea. Na conclusão do procedimento um mecanismo que sela a parede do vaso por dentro, evita qualquer necessidade de incisão cirúrgica ou de dissecar a virilha (por onde o acesso endovascular acontece). Tudo sem sangramentos posteriores ou pontos externos (veja filme). O paciente já pode sair andando da sala de Hemodinâmica e tomar banho logo após chegar no quarto.
O médico acredita que o tratamento de aneurisma totalmente percutâneo é o futuro da técnica , que já é realizada com relativa frequência em grandes centros brasileiros, sendo que nos EUA e Europa são incentivados os treinamentos para o uso de dispositivos hemostáticos para realizá-la, com redução de riscos e maior conforto no pós-operatório. Para iniciar o procedimento em Juiz de Fora o que mais contou foi a experiência dos profissionais. O uso do dispositivo depende das condições da artéria do paciente, que não pode ter placas ou calcificações intensas. “Sendo um vaso sadio para acesso, as duas técnicas podem ser associadas e adaptadas ao porte da intervenção”, completa ele.
Dr. Alexandre de Tarso Machado é doutor, cirurgião e especialista em cirurgia endovascular e radiologia intervencionista.
Dr. Marcio Gomide é mestre e cirurgião vascular com área de atuação em cirurgia endovascular.
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