Bebê nasce em local inédito no hospital: na sala de Hemodinâmica

Acretismo placentário foi o diagnóstico de uma gestante que precisaria de cesárea, numa condição fora do usual, com alto risco de hemorragia no pós-parto. Para evitar a complicação, os obstetras Lucas Werner e Francisco Chaves acionaram o radiologista intervencionista Thiago Abdala e o parto aconteceu num local inédito: o laboratório de Hemodinâmica (unidade onde são feitos cateterismo e outros procedimentos guiados por imagem).

 

Esta não é a primeira vez que o procedimento é feito no Monte Sinai. Em outra ocasião, a oclusão temporária de artérias hipogástricas para controle de hemorragia pós-parto foi realizada na Hemodinâmica, mas a cesárea foi feita no bloco obstétrico no Centro Cirúrgico. A opção, agora, foi por não deslocar a paciente. E foi um sucesso!

 

A patologia

O acretismo placentário ocorre quando a placenta penetra de forma anormal na parede do útero, com risco de sangramento acentuado logo que o parto descola a placenta para o nascimento do bebê. Esta condição está fortemente associada ao antecedente de cesáreas prévias e à inserção baixa da placenta, chamada placenta prévia. É uma importante causa de mortalidade materna no mundo, podendo ocorrer em 1 a cada 500 partos, segundo o International Journal of Ginecology and Obstetrics.

 

O procedimento

O radiologista intervencionista colocou (por cateter) dois balões de angioplastia nas artérias que irrigam a pelve renal e o útero. Logo que o cordão umbilical foi cortado após retirar o bebê, os balões foram insuflados, interrompendo o fluxo sanguíneo para a pelve e para o útero. Isto possibilitou descolar a placenta com segurança e sem sangramento. Após a sutura, os balões foram desinsuflados e retirados.

 

O parto

Na sala de Hemodinâmica, que tem todo o suporte de uma sala operatória como no Centro Cirúrgico, os obstetras fizeram a cesárea, com o apoio de praxe da equipe de Enfermagem do Centro Obstétrico, o acompanhamento da Pediatria e da equipe de Anestesia do hospital. A paciente teve o parto sem a possível complicação hemorrágica, ficou em recuperação na Maternidade, com alta no tempo normal do parto cesáreo.

Novo TMO também atende pacientes SUS

Bem perto de comemorar dez anos de atuação, a Unidade de Transplante de Medula Óssea do Monte Sinai inaugurou a sua nova área esta semana. Ampliado para, inclusive, atender pacientes do SUS, o serviço aumentou o número de leitos e os requisitos estruturais para acolher o paciente transplantado, além de expandir a sua equipe de especialistas.

 

O hematologista Angelo Atalla, idealizador do serviço e pioneiro no Transplante de Medula em Juiz de Fora e no Monte Sinai, comemora, em 2024, dez anos do credenciamento deste tipo de procedimento na saúde suplementar na região. O Serviço está habilitado para todos os tipos de transplantes de medula, inclusive não aparentados. Em 2023, foram realizados quase 30 transplantes, incluindo pacientes do Sistema Único de Saúde. A equipe da unidade inicia o ano com as melhores expectativas, acreditando conseguir promover um maior acesso a esse tipo de tratamento.

 

Conheça os diferenciais da nova estrutura no Monte Sinai:

 

– unidade separada e com rigorosas políticas de isolamento para minimizar o risco de infecções;
– apartamento/leitos equipados e com filtragem do ar e pressão positiva;
– estrutura física que permite um ambiente acolhedor e não confinado;
– equipamentos de alta tecnologia;
– equipe multidisciplinar qualificada e especializada.

Monte Sinai realiza procedimento de forma pioneira em Minas Gerais: Radioembolização de tumor hepático

A Radioembolização de tumor primário de fígado com microesferas de Itrio-90 é um procedimento complexo, que exige uma logística muito bem organizada, estrutura de apoio e pesquisa diagnóstica completa, além de equipe capacitada e multiespecialidade. Em Minas Gerais, apenas o Hospital Monte Sinai está realizando, atualmente, a técnica.

O procedimento conta com o suporte do setor de Hemodinâmica, com apoio das estruturas de Medicina Nuclear, Imagem e Radiologia e Radiologia Intervencionista no Centro Médico Monte Sinai. Acontece em duas etapas, sendo a primeira feita com uma semana de antecedência da infusão final das partículas, inclusive com internação do paciente. Isso, porque antes de receber as partículas de Itrio, o processo requer um mapeamento vascular do tumor para a verificação de qualquer comunicação com outros órgãos, pelo risco de migração para locais indesejados.

Tudo é medido com precisão e a dose do Ítrio-90, que vem dos Estados Unidos, chega individualizada para cada paciente, tendo vida útil de 64 horas. A Medicina Nuclear tem um procedimento padrão a seguir para manipular o material, que é específico em seus mínimos detalhes. Toda superfície onde houver manipulação da substância é coberta e cada embalagem segue um processo e tempo especial de guarda antes de ser destinado ao descarte adequado. E, durante a infusão do Ítrio, cada pessoa que deixa a sala de Hemodinâmica passa por verificação de radiação com aparelho específico.

Já foram realizados, desde 2018, cerca de 12 radioembolizações no Monte Sinai e outras estão em processo de aprovação, em especial, após entrarem no rol da ANS para  tumores primários de fígado, mas o procedimento também é indicado para Metástases hepáticas inoperáveis; tumores secundários originados de qualquer sítio, especialmente os neuroendócrinos, de mama e cólon; qualidade de vida para pacientes idosos ou fragilizados que não suportariam a quimioterapia e os com câncer hepático em fila de espera para transplante de fígado.